O primeiro veículo fabricado pela Lumimari (nome composto com as iniciais de Luís, Milton, Marinho e Rino), foi o GT Malzoni, com mecânica DKW e carroceria de fibra fabricada nas oficinas de Anisio Campos.
Esse Malzoni 1966 do Eduardo Pessoa de Mello, do DKW Union Club, foi um carro de corrida que andou nas pistas do sul, depois virou carro de rua, que servia para ir buscar as crianças no colégio, para mais tarde ser um automóvel de coleção. Quem me contou essa história foi o grande piloto Jan Balder.
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Esse Puma GT 1967 tem uma particularidade, exibe as rodas de liga fabricadas pela Mangels. Essas rodas não são as leve-ligeiras, que tinham aro de liga e miolo original de aço, também fabricadas pela Mangels, mas inteiramente em liga de metais leve, com desenho exclusivo. Foram fabricadas poucas unidades dessas rodas e atualmente, talvez exista mais um jogo além dessas que embelezam esse Puma GT do Reinaldo Costa. Além de sócio, seu veículo foi certificado pelo Puma Clube.
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Em 1968, apenas um Puma GT DKW foi fabricado, ficando parada a linha de produção Puma, por falta dos componentes mecânicos, devido ao encerramento ditado pela VW, nova proprietária da Vemag no Brasil e da Auto Union na Alemanha. Foram longos três meses até a chegada do novo projeto entrar em linha de produção: o Puma GT VW.
Para ilustrar nova evolução Puma, Alexandre Murad colaborou comparecendo também com seu Puma GT 1969, na cor branco Lotus, esbanjando originalidade. O GT tem até o adorno "cubo rápido" na roda "bolo de noiva" de magnésio, um item opcional. E como não poderia deixar de ser, como em todas as fotos de fabrica ou reportagens, o Puma também não tem espelho retrovisor externo... Preciosismo? Não, apenas uma grande indecisão.
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E abrilhantando nossa história, o GTE 1971 do meu amigo Ronaldo Fachin, mostra a beleza de um esportivo sofisticado, a altura de um público mais exigente. Esse Puma foi restaurado por Domingos Avalone da Sportdaf.
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Esse Puma GTE 1973 do meu amigo Homero Cardoso de Andrade, do Puma Club de Jundiaí, é extremamente original, além de exibir uma qualidade de restauração ímpar. Até o suporte de placa dianteiro é original, ou pelo menos uma reprodução perfeita.
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O Puma GTE 1974 foi do cirurgião plástico Doutor Batuíra por 20 anos, para depois alegrar a minha vida nesses últimos cinco anos. Restaurado em 72 dias na Felipe Garage, apelidada de Max Garage em alusão ao "proprietário" do estabelecimento, meu cão da raça Boxer, em fevereiro/março/abril de 2004, quando o Max ainda era um bebê. Independente dos muitos troféus conquistados nas principais exposições de antigomobilismo, esse Puminha é uma delicia de andar. Depois de vesti-lo, tocar nos comandos e senti-lo te levar é algo prazeroso. Rápido, ágil e confortável, ele te mostra à vida rente ao asfalto, aumentando a sensação de velocidade e domínio da máquina. Quem dirá seu condutor nesse desfile, com mais de 1,90 m de altura, pilotou como nos velhos tempos, o grande piloto Jan Balder, a quem confiei a "difícil" tarefa, onde poucos até hoje sentaram.
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A grande venda dos modelos Puma em meados dos anos 70, onde a fila de espera beirava os doze meses, havia a necessidade de adequação do produto para uma mais rápida fabricação, além de modernizá-lo e adaptá-lo ao novo chassi do Brasília VW, pois o chassi do Karmann Ghia tinha deixado de ser fabricado. Em 1976 surge o novo Puma GTE, nova carroceria; mais largo internamente; novo painel; console menor; novas lanternas traseiras; novo desenho das rodas e pneus; volante de dois raios; novas entradas de ar para o motor e com a inconfundível janela na lateral traseira, para citar as principais mudanças. De 1976 até 1980 praticamente não houve grandes alterações, apenas pequenos detalhes.
O Puma GTE 1979 é do meu amigo Evandro do Puma Clube. O GTE foi restaurado pela Rubbo SP em um excelente trabalho, levando a risca a originalidade do veículo.
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O Puma GTI 1981 é do meu novo amigo Wilson Carlos Ferreira e tem uma particularidade não original, mas muito interessante. O motor desse Puma é o pouco conhecido VW Wasserboxer 1.9 a gasolina, refrigerado à agua. Esse motor tem a mesma concepção dos VW boxer a ar, porém refrigerado à agua, com tuchos hidráulicos e outras pequenas mudanças, que deixam seu som muito diferente dos barulhentos a ar. A VW fabricou esse motor exclusivamente para o Transporter VW, sucessor da Kombi na Alemanha. Como em nossas Kombis atuais, era posicionado na traseira e com o radiador na dianteira. Futuramente será alvo de publicação exclusiva no Puma Classic. A mecânica foi executada pela Manauto em Pinheiros SP.
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Em 1981 a Puma apresenta seu novo modelo, gerando surpresa e decepção. Seu design era surpreendente, mas seu desempenho continuava a desejar. Não chegou para ocupar o lugar do GTI, mas sim como nova opção de compra. Talvez por custar muito caro, suas vendas não foram as esperadas.
O Puma P-018 1982 modelo 1983 é o número 8 de fabricação, pertencente ao meu grande amigo Fernando "Ferri" Ribeiro Alvarez. O carro ainda não entrou em processo de restauração, mas quando isso acontecer, conhecendo como nós conhecemos o Ferri, vai se tornar um SHOW.
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Depois da compra da Puma pela Araucária de Curitiba em 1986, esta não fabricou Puma VW completos, por não conseguiu saldar a dívida da Puma com a VW, portanto não recebia os componentes mecânicos. Surgiram o Puma Kit, o cliente levava a mecânica e chassi com documento para a fabrica, eram revisados e montados os carros completos. Um pouco mais de um ano depois, o Grupo Alfa Metais compra a Araucária e os direitos da Puma. Imediatamente cria-se a Alfa Metais Veículos, licenciada da Araucária para fabricação dos modelos Puma. A Alfa Metais saldou a dívida da VW e obteve o direito de compra de motores. O AM1 é lançando em 1988, que nada mais era que o P-018 com pequenas diferenças estéticas e motor 1600 cc.
O AM1 abaixo é do meu amigo Fernando Verzbickas, de Itú-SP, que o mantém original em todos os detalhes, inclusive com ar condicionado.
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O AM3 1990 é do meu amigo Diego Sanchez, sócio do Puma Clube e colecionador de Puma. O veículo foi restaurado pela Sportdaf e ficou pronto horas antes do desfile.
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O AM4 1994, branco, com baixa quilometragem é do meu amigo Aimoré Álvares Nogueira, do Puma Club de Jundiaí, que nos ajudou nessa evolução da história. Esse modelo tinha aerofólio original de fabrica, junto com o GTE Spyder e AMV foram os únicos a utilizar esse dispositivo.
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No Salão do Automóvel de 1970, a Puma apresenta sua versão conversível do Puma GTE. O estande da Puma no Salão estava "bombando" por causa do lançamento: o Puma GTE Spyder. Logo personalidades se interessaram pelo carro, algumas famosas, outras nem tanto, mas o primeiro Spyder foi do Clodoaldo, jogador do glorioso Santos Futebol Clube e Tricampeão Mundial pela Seleção Brasileira de Futebol. Era um verde "cheguei", bonito, o mesmo do Charger R/T e tinha uma novidade em veículos de passeio, o aerofólio. Foi um verdadeiro sucesso no Salão e na mídia. Mas como em todo conversível, todos gostam e relutam em ter. As vendas do cupê ainda eram mais expressivas que do conversível. A VW já tinha desistido do KG conversível, mas a Puma não desanimou. Em 1972 faz algumas pequenas mudanças estéticas e um novo aerofólio, agora mais largo e comprimento, porém mais baixo. Elogiado por uns, odiado por outros, esse equipamento deixou de existir junto com o GTE Spyder em 1972.
O raro GTE Spyder 1972, originalíssimo é do meu amigo Sergio Campos, um apreciador das artes e objetos antigos. Antigomobilista de carteirinha tem outras preciosidades em seu acervo.
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Abaixo o Puma GTS 1975/76 prata da minha esposa Carolina Lellis Nicoliello. O veículo comprado zero km na Comercial MM pela antiga proprietária e minha amiga Vilsa Daffre, originalmente veio na cor branca. Passados 15 anos, ela resolveu fazer a primeira restauração e pintura, mudando a cor para prata continental, também original. Em 2006 resolveu vender o amado Puminha, depois de longos trinta anos juntos e a felizarda escolhida foi a Carolina... De mulher para mulher, Puminha! O GTS foi restaurado na Felipe Garage em 540 dias, diferentemente do anterior, esse a equipe foi "do eu sozinho". A tapeçaria ficou a cargo do França. Os raros para-choques originais foram restaurados.
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O Puma GTS 1976 do Natalino, do Puma Clube, hoje torna-se raro, porque os proprietários desses modelos naquele tempo, mandavam trocar a traseira inteira pelo modelo moderno, sobrando poucos "bunda caída" autênticos. O GTS foi restaurado na Rubbo SP, de José Rubbo Neto, diretor técnico do Puma Clube.
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O Puma GTS 1978 é do meu amigo Henri Dainton Biedermann, colecionador de Puma, sócio do Puma Clube, que tem um xodó todo especial com a vermelhinha. O GTS foi restaurado na Rubbo SP.
Como nos modelos Cupês, em 1981 o novo modelo com para-choques que chamados de "borrachão", também tem sua sigla trocada, de GTS para GTC.
Nos GTS, a principal mudança ocorrida entre 1976 a 1980 foi a traseira, fora isso, como nos GTE, apenas detalhes mudaram durante esse tempo. Em 1979 a inovação era para o interior monocromático, ditado pela moda automotiva. O interior em cor única no tom entre o caramelo e o marrom, dava um aspecto sóbrio e sofisticado. Nos conversíveis a Puma foi mais longe, inovou com a capota bege para o modelo monocromático.
O Puma GTS 1980 é do meu amigo e diretor do Puma Clube Ricardo Gurgel. Recém adquirido, Gurgel não deixou por menos, mandou trocar a capota que estava na cor errada e refez toda a tapeçaria interna, já gasta pelo tempo. Um trabalho bem executado pelo França.
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O Puma GTC 1984 é do meu amigo e restaurador de Puma, dono da Sportdaf, Domingos Avallone, muito conhecido como Roberto Carlos pela grande semelhança com o cantor. Ele comprou o veículo zero km, depois de um grande espera. Hoje seu GTC tem baixa quilometragem e matém sua originalidade sem restauração.
O GTB black é do meu amigo e sócio do Puma Clube, Alvaro Romero, um esmero nos detalhes. Alvaro fez a restauração há pouco tempo, e depois de um longo trabalho, ele pode se orgulhar do resultado obtido. Sem detalhes o carro é perfeito, mas não completamente original, hot de época.
Em 1979, a Puma procurando atender seus clientes mais sofisticados, lança o GTB S2. Não havia importação e as opções eram poucas ou quase nenhuma nesse segmento, abrindo os olhos da engenharia Puma. Muito luxuoso e esportivo ao mesmo tempo, o GTB S2 conquistou seu espaço no mercado, mesmo sendo o carro mais carro do cenário brasileiro.
O Puma Chevrolet foi apresentado no Salão de 1972, como carro conceito e conhecido como Puma GTO (Gran Turismo Omolodato). Participou de várias exposições e feiras pelo mundo, sendo que ainda não era o modelo definitivo. Isso só aconteceu em 1974, com apresentação do Puma GTB (Grã Turismo Brasileiro), com outra sigla, devido a pressão da GM, sobre a anterior GTO, de similaridade com o modelo de seu braço americano a Pontiac. O primeiro e único muscle car brasileiro, desenhado por Rino Malzoni. O motor e cambio do Chevrolet Opala, chassi próprio, suspensão traseira por feixes de mola e carroceria em fibra de vidro, a formula perfeita para aliar pouco peso com grande potência, sendo um carro excelente para largadas.
O Puma GTB 1978 é do meu grande amigo e diretor do Puma Clube, Paulo Big Boss. Detalhista foi nos mínimos detalhes em sua restauração, sendo o GTB mais original do Brasil, ganhador de premios em várias e importantes exposições. O GTB foi restaurado na Rubbo SP.
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O Puma GTB S2 1979, n° 17 é do meu amigo e diretor do Puma Clube Marcos "Facão" Almeida, que além de conservar seu carro, adora usá-lo e extrair todo seu potencial, ou digamos potência mesmo! A restauração foi executada pela Superclar.
No mesmo conceito do Facão, o meu amigo e sócio do Puma Clube, Ricardo Portela adora usar seu GTB S2 1979, tanto que se tem corrida de regularidade, super slalon ou algo parecido, ele está presente com seu carro. E assim como o Facão, usa mas cuida muito de seu xodó.
O GTB S2 pouco mudou em sua existência, apenas pequenos detalhes e diâmetro da rodas mudaram. Um desenho simples e ao mesmo tempo com sofisticação. Nada precisava mudar ao longo dos seis anos de produção.
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O Puma GTB S2 é do meu amigo e sócio do Puma Clube, Carlos "Tatú" A.R. Joaquim. Todo original, com exceção dos espelhos externos, o GTB S2 é referência para outros veículos.
Outro Puma GTB S2 original, ano 1984 e muito bem restaurado é esse do meu amigo e sócio do Puma Clube, Diego Sanchez, que já apareceu nesta matéria com o modelo AM3. Criterioso e detalhista, como tem que ser um colecionador, Diego deixou os seviços de restauração a cargo da Sportdaf, mas supervisionando de perto e com lupa.
Na moda Chip Foose, o GTB S2 1984 do meu amigo e sócio do Puma Clube, Rene Fantozzi, desfila atraindo olhares de todos aqueles que gostam de carros, seja original ou hot. A bela composição de cores, com o lindo trabalho executado, deu identidade própria ao veículo, sem grandes exageros. O GTB foi restaurado na Rubbo SP.
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15 comentários:
Uma aula em tanto!
Hehehe show de bola... isso da um LIVRO... parabéns Felipe... foi um prazer te conhecer...
Abraços
Quero deixar aqui resgistrado meu agradecimento a grande família Puma Clube, em especial ao professor Felipe pelo fantástico evento de 3 anos do nosso clube e aos belos carros que representaram a evolução dos modelos.
Abraços Tatu.
O Lettry -ainda mt ativo-tb me contou esta mesma história da LUMIMARI, em 2006, Atibaia-SP... sugerindo , então, o nome PUMA!
(Ronaldo)
Particularmente, tudo o que se refere a Pumas VW publicado aqui no blog eu mantenho em um arquivo pessoal do Word, para facilitar minhas consultas, seja observando o modelo do meu GTS78, seja para ajudar proprietários de outros modelos.
Ainda falta fazer um índice, mas algum dia o farei para facilitar mais ainda.
Mas se o Felipe resolvesse publicar um livro, certamente eu estaria na fila para compra-lo no dia do lançamento.
Felipe, porque não pensa seriamente nisto?
Como faço algumas adaptações nos textos para mim, resumindo um pouco os assuntos, me ofereço "di grátis" para ajuda-lo numa empreitada deste tipo se algum dia vier a faze-la.
Show de encontro, mas o blog está tão bem documentado que quase me sinto lá ao vivo, lendo os tópicos.
Parabéns!
Dez !!! nota dez !!! o filme não gostei não sinceramente, mas a materia escrita é NOTA DEZ ////
Aproveitando a hora que é vou e desjar a todos os pais principalmente ao nosso amigo Felipe um Feliz dias dos Pais....que todos tenham um domingo cheio de felicidades.
grande abraço
Helio Mendonça / luby
ps. Valeu Felipão pelo excelente trabalho de divulgação e principalmente para mostara as gerações mais novas o que foi e o que fez a nossa PUMA coisa de dar orgulho a todos nos brasileiros,
assim penso eu......
Como diria um filósofo grego:
"PQP sem comentários"
Simplesmente sensacional, parabéns Felipe e toda Diretória Puma Clube.
Parabéns, foi o melhor texto sobre a evolução do Puma que já li.
Simplesmente, NOITE FELIZ.
Feliz pela boa viagem que fizemos de ida e volta, amigos que encontramos, are-estréia da "gêmeas" andando junto novamente, uma tal de alabrasto de coração novo e o evento...sem comentários, belos carros, raros carros, perfeito desfile e locução.Quero deixar registrado também o espírito que envolve o Puma, pois quando compramos um exemplar, achamos que temos somente mais um brinquedo, poém o valor agregado que fazemos com os amigos que encontramos, não tem preço.
Estava eu chegando na Marginal (vindo de Sorocaba), quando meu cabo de acelerador quebrou... em menos de 5 min. parou ao meu lado uma GTB S1 preta, escoltada por outra GTB S2 vermelha e preocupados com a situação se ofereceram para ajudar. Não foi preciso, mas este é o espírito da coisa.... mais do que um carro, um criador de irmandade e amizades sólidas e desinteressadas.
Só tenho a agradecer todos que ajudaram na realização do evento e todos que prestigiaram, mesmo de longe, dando importância ao mundo Puma.
Marcelo,
Sabias palavras e é isso que me conduz na empreitada começada em 2004, sendo vc um dos meus primeiros seguidores e a gêmea 1975 amarelinha, a minha primeira afilhada.
Parabéns pela excelente reportagem, realmente digna de um livro. Vendo as belíssimas fotos não percebi um modelo de Puma que vi recentemente, de propriedade so Sr. josé Maria, um colecionador que reside no DF. Trata-se de um modelo muito parecido com o GTI (1981), com entradas de ar tanto nas laterais quanto na parte superior acima dos parachoques, com teto-solar e antena elétrica originais de fábrica. Segundo o proprietário, iriam para o mercado norte-americano. Gostaria da confirmação. outra dúvida: o Puma Tubarão ano 1971 saiu com teto-solar? Um abraço!
Speed,
O Puma a que se refere chama-se Puma GTI ou GTC Export. Foram fabricados poucos veículos e por isso a dificuldade de tê-los na exposição. Existem três no Estado de SP, pedi ao proprietário que tem dois dos três citados, para trazer pelo menos um, mas ele não pode comparecer. Os outros, o GTI do meu amigo JM em Brasília; um GTC no RJ e outro GTI em PE, são os veículos que temos conhecimento da existência.
Ola galera tenho um imblema da puma de papel bem antigo gostaria de um contado p avaliar ele
Tenho um imblema entra em contato dan_motos@hotmail.com. e do puma alto colante
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