Fomos desmontando e percebendo que não era tão bom assim, a fibra engana.
O primeiro passo foi retirar as lanternas de Kombi, tampando os furos, para a furação de lanternas de Variant.
Os quadros de portas estavam comprometidos e foram retirados para restauração e cromeação.
Outro detalhe seria a execução dos revestimentos internos, que estavam com "batida de pedra" ao invés de quantil, além das borrachas todas erradas.
O motor parecia bom, mas tinha um problema de alinhamento de chassis, pois o motor estava mais alto que o normal em relação a carroceria. Problema este que deveria ser no chifre que segura o cambio. Nada de grave, apenas haveria necessidade de correção.
Para a marcação das novas furações de lanternas foi tampada toda a área, para ficar na mesma espessura e na hora do recorte, não ficasse algum ponto mais frágil, por falta de fibra de vidro.
A saia traseira estava sem os três furos originais, quando lixamos encontramos um pedaço de chapa metálica rebitada na fibra e coberta de massa plástica. Foi retirada toda a parte inferior traseira e fabricada uma nova peça para ser laminada.
Nos dois para-lamas dianteiros tinham a costumeira rachadura devido ao uso de penus em medidas maiores que as originais. Nos modelos antigos, na dianteira não pode ser utilizado pneus maiores que 175/70 (originais eram 165/80), em colocando-se 185/70, os para-lamas já sofrem com pequenas raspagens, ocasionadas por buracos ou curvas ascentuadas, levando a fibra a trincar com o tempo.
Depois de devidamente laminda toda a traseira, a execução dos furos com gabarito de furação retirado de um certo outro Puma bege.
Após o trabalho a aplicação de gel-coat primer em toda traseira, para proteção da fibra de vidro. Como o gel demora por volta de 15 a 30 dias para secagem quando exposto ao oxigênio, se tiver pressa vou contar um segredinho: lixe com lixa d'água 1000 e detergente que pára de ficar pegajoso e pode-se trabalhar sem problemas.
Depois de executado os reparos, a repintura dos locais afetados, com a mesma cor.
Mas de repente, o Oswaldo é influenciado pelo nosso amigo Paulo Manzano, o Manza, para que se restaure o Puma inteiro. Depois de muita discussão e decisões, o Oswaldo decide pela restauração completa, completamente original, inclusive retirando o teto solar Webesco. Quanto à cor, pesquisei junto ao Rossato os dados originais de quando tinha saído da fabrica e a cor original era o Cobre Metálico VW 1975/1976. Então começaram as raspagens para encontrar a cor original e para nossa surpresa, o Puma tinha sido amarelo, verde, vermelho metálico e vermelho Puma e por último o vermelho que estava. A tinta cobre metálico original eu fui achar apenas embaixo da borracha do vigia e somente em alguns pontos, mas estava lá o cobre. A opção era retirar todo material ou utilizá-lo com base corretiva. Optamos pela segunda opção por ser mais viável pela grande quantidade de material existente, mas bem curado e soldado a fibra. Aí começa o trabalho incansável de lixar. Somente lixamento a seco, com marcações dos frisos e mãos fortes para esfregar o taco.
O teto solar foi tampado. Para isso o certo Puma bege, cedeu um pouquinho e aguentou uma camada de gesso sobre papel celofane, como proteção para o beginho, e assim saiu o molde do teto. Fazemos molde de gesso, para quando queremos apenas uma peça e porque é barato. Depois do molde pronto foi fabricado um teto para ser soldado no Puma.
Mesmo assim, o teto Webesco é pesado e com o tempo, as bordas do teto do Puma foram cedendo e criando um rebaixo, mostrando uma ondulação que foi muito difícil de ser retirada.
Outros reparos de fibra foram executados e toda parte interna foi raspada para retirada daquele material preto e grosseiro.
O Puma recebendo o acabamento e correções de massa plástica. Eu disse massa plástica que adere melhor a fibra que a massa acrílica, usada apenas para pequenas correções depois do fundo PU.
A aplicação do fundo PU.
O teto enfim solucionado o problema das imperfeições. Depois de aplicado o fundo, continua a busca por correções.
E as portas foram as que deram maior trabalho, porque estavam "gordas". Muito comum acontecer com Puma chassi KG, porque tapeceiros fazem as laterais de porta fora do carro e quando a colocam a borracha de vedação espreme nas laterais, deixando a parte inferior da porta para fora. Com o tempo a fibra mais se moldando e adquire nova forma. Não se esqueçam que fibra é maleável, por isso nunca compre carros de fibra que estão uns encima dos outros por muito tempo, porque o peso do de cima, vai destorcendo o debaixo.
Após todas as correções, nova aplicação de fundo PU.
Pequenas correções com massa acrílica e posterior aplicação de fundo normal.
Depois uma aplicação de tinta da mesma base a ser utilizada para visualização de possíveis falhas e economia da tinta mais cara.
Finalmente a aplicação da primeira mão de tinta cobre metálico em poliéster (base 55) Glasurit.
O "papo" é uma parte que poucos pintores tomam os devidos cuidados, mas é importante, porque normalmente sofrem com raspagens, devido a baixa altura. E os pintores, porque não se enxerga (só abaixando para ver), não dão a devida atenção.
Depois disso, o Puma ficou parado algum tempo, porque o Fabio, meu pintor teve problemas particulares não podendo concluir os serviços. Como eu queria ver o Puma pronto e levá-lo para o "Puma 42 anos de Fundação" em 31 de outubro de 2006, não houve dúvida, pedi socorro aos meus amigos Fernando "Ferri" Ribeiro Alvarez (que aparece na foto abaixo) para terminar a pintura e Irineu Desgualdo Jr. para ajudar na montagem e pintura das peças pequenas .
Novo profissional, novas correções.
Irineu pintando as "bolachas" da carroceria onde sai a barra de torção......E agora pintando os espelhos.
O revestimento interno apesar de já ter sido raspado, a aplicação de uma máquina de jato de água é importante para remover toda a sujeira do local. Vocês pensam que eu não trabalho? Olha eu aí com a pistola da máquina, que tomei da mão de não sei quem para aparecer na foto!
Depois de pintado o trabalho de lixamento de polimento, feito com lixas 1500 a 2000.
O Ferri aplicando o quantil nas partes internas...
... E o resultado final.
Antes de aplicar o quantil, deve-se aplicar um fundo cinza médio para evitar gastar muito quantil e ficar uma paresentação uniforme.
Após aplica-se o quantil em quantidades uniformes para não deixar marcas de aplicações mais fortes em um ponto. Abaixo o capô dianteiro...
...Depois ele montado no carro. Todas as peças metálicas, como dobradiças, fechaduras, etc., foram banhadas em zinco branco.
Por último entra o vidraceiro e sua equipe para montagem final.
Waldemar (o japones de óculos), ex-funcionário da Shida Vidros, monta Puma de olhos fechados.
E nos últimos ajustes dos grandes trabalhadores, da esquerda para direita, Irineu, Ferri e deitado o Max, só vigiando!
Finalmente em 31 de outubro de 2006 o Puma participando da exposição no sambódromo.
Mas a história dele não termina aqui. Depois disso ficou encostado na minha garagem por mais de um ano, a espera do Oswaldo vir buscá-lo, o que não aconteceu. Ele vendeu o Puma e o novo proprietário retirou o carro, levando-o a um mecânico para fazer a parte mecânica que não tinha sido feita. Após levou ao tapeceiro, que ficou por lá mais alguns meses. Nesse intervalo, uma pessoa tentou corrigir o desnível do motor com a carroceria, calçando esta, na parte traseira. Conclusão corrigiu o nível, mas entortou a carroceria, não fechando direito mais as portas. O caro foi levado a Rubbo SP para as devidas correções e retoques na pintura, que já tinha sofrido diversos arranhões. O Rubbo me perguntou das portas e falei sobre o calço. Verificando o acontecido, retirou e solucionou o problema. No teto havia aparecido o risco de emenda, mesmo tendo sido fibrado, mas com fibra as coisas são diferentes e mesmo tomando os devidos cuidados as coisas aparecem. O Rubbo corrigiu isto também e por causa de vários locais de retoques, optou em dar um novo banho de tinta, do qual ficou muito bom. Depois este proprietário vendeu o Puma que está agora na mão de um novo dono.
Após aplica-se o quantil em quantidades uniformes para não deixar marcas de aplicações mais fortes em um ponto. Abaixo o capô dianteiro...
...Depois ele montado no carro. Todas as peças metálicas, como dobradiças, fechaduras, etc., foram banhadas em zinco branco.
Por último entra o vidraceiro e sua equipe para montagem final.
Waldemar (o japones de óculos), ex-funcionário da Shida Vidros, monta Puma de olhos fechados.
E nos últimos ajustes dos grandes trabalhadores, da esquerda para direita, Irineu, Ferri e deitado o Max, só vigiando!
Finalmente em 31 de outubro de 2006 o Puma participando da exposição no sambódromo.
Mas a história dele não termina aqui. Depois disso ficou encostado na minha garagem por mais de um ano, a espera do Oswaldo vir buscá-lo, o que não aconteceu. Ele vendeu o Puma e o novo proprietário retirou o carro, levando-o a um mecânico para fazer a parte mecânica que não tinha sido feita. Após levou ao tapeceiro, que ficou por lá mais alguns meses. Nesse intervalo, uma pessoa tentou corrigir o desnível do motor com a carroceria, calçando esta, na parte traseira. Conclusão corrigiu o nível, mas entortou a carroceria, não fechando direito mais as portas. O caro foi levado a Rubbo SP para as devidas correções e retoques na pintura, que já tinha sofrido diversos arranhões. O Rubbo me perguntou das portas e falei sobre o calço. Verificando o acontecido, retirou e solucionou o problema. No teto havia aparecido o risco de emenda, mesmo tendo sido fibrado, mas com fibra as coisas são diferentes e mesmo tomando os devidos cuidados as coisas aparecem. O Rubbo corrigiu isto também e por causa de vários locais de retoques, optou em dar um novo banho de tinta, do qual ficou muito bom. Depois este proprietário vendeu o Puma que está agora na mão de um novo dono.
25 comentários:
Olá Felipe, este é mais um exemplo motivador para mim hein... Puma 75, com troca de laterna traseira, saia traseira com os furos... 2010 promete hein, vou te procurar no Sambódromo para alguns conselhos e planejamento para reforma :)
Obrigado pela inspiração!!!
Abraços
Ufa!... Que trabalhão hem Mestre?
Você ainda faz este tipo de restauração? Pergunto pq o meu GTS está aguardando a "inspiração" para voltar à forma original.
Abraço
Agnaldo
Muito bem detalhada a restauração, Parabéns!
Mas como sempre, bem trabalhosa... Ou o cara gosta disso ou não gosta, não tem meio termo!
Abraço
Carlos Eduardo Szépkúthy
heheheheh.show de bola mesmo. puma lindo. Parabens felipe, espero que tenha cobrado uns zilhões..hehehe
Amigos,
Muito obrigado.
Infelizmente este foi o primeiro e último (pelo menos por enquanto) veículo de terceiros que restaurei. A experiência não foi bem sucedida no quesito "trilhões" de dinheiro, porque se tivesse cobrado "zilhões” , como disse o JM, talvez seria mais agradável. O problema é que fiz para um amigo sem grandes pretensões de ganho, mas quando a gente tem que pagar para trabalhar, aí eu já passei desta fase...
Continuo fazendo restauração para a família, e quem sabe um dia eu monte uma verdadeira oficina profissional, porque não ainda ser tecnicamente profissional, tem que ter todo esquema comercial também profissional.
Mesmo assim eu vejo a luta que o Rubbo enfrenta no dia a dia, e se eu voltar a fazer será em outro esquema do tradicional.
Já estou até imaginando a restauração do meu. Por enquanto é só sonho.
Felipe? Por questão de curiosidade, quanto gasta em media para fazer uma restauração dessas? Tenho a duvida pois penso em fazer isso no meu Puma. Apesar de ser todo original, tem alguns detalhes que precisam ser restaurados. Obrigado
Parabéns Felipe, uma exelente esplanação sobre a historia da restauração deste carro.Parabéns!
Uso o meu GTE 77 no dia a dia e sei que estou judiando, mas qdo vejo a mão de obra para restaurar...continuo andando do jeito que está. É papo de mais de ano p/ ficar no jeito, né? Abraços, Oldparts.
Artur,
Sem contar a tapeçaria (4 mil reais) e a mecânica (que depende de muitos fatores), a restauração hoje varia de 15 a 20 mil reais.
Obrigado Leo.
Oldparts,
Nem sempre, o GTS da minha esposa, por medidas de economia, eu sozinho trabalhando somente aos sábados e com ajuda de um pintor na hora da pintura, levei um ano e meio. Já o meu Tubarão, da capa do blog, chegou com placa amarela (fev/2004) e foi restaurado todo, sem contar a tapeçaria, que ainda mantém a original, em 72 dias. Em 21 abril de 2004 estava exposto em Águas de Lindóia com placa preta. Trabalharam dois funcionários full time (funileiro e montador), um pintor casuals, eu e meu filho correndo atrás de peças e detalhes, além de coordenar os trabalhos. Com uma equipe boa desta, poderia ter ficado pronto em 50 dias, se fosse no "pega prá capar!" Agora Overhaulin com fiberglass é impossível, devido ao tempo de cura dos materiais. No mínimo vinte dias, mas é possível.
Os gastos com o GTS (que fez toda a tapeçaria nova) e com o Tubarão foram bem distintos, aliás muito distintos.
Felipe,
Olhando esse... 'fechamento de teto' e toda a trabalheira geral, digo o seguinte:
- "...nos anos 80 preparei um buggy Laser... 'meu' -em modelo falso Targa!- onde o teto q era fechado... foi aberto... para impactar mais, mas o novo comprador me pediu p/fechar! OK?"
Abçs,
Ronaldo
Boa tarde!
Sou um novo proprietário de um Puma Gte 1974. No documento do meu carro está descrita a cor dourada. Essa cor cobre metálica é a mesma dourada? Qual a referencia da tinta?
Preciso de ajuda!
Estou reformando o meu Puma ano 1975 (Tubarão), cujas lanternas traseiras foram modificadas (tipo redondas). Pretendo voltar ao modelo original (lanternas da TL). Gostaria, se possível, da gentileza do envio do gabarito da traseira em papel para o seguinte endereço: Quadra 01 - Conjunto A - Casa 101 (Setor Norte) - Gama - DF CEP 72430-101, em nome de joão Bosco. Eu e o Puminha agradecemos.
Tenho um 1975, meu pai comprou em 1978, é branco, estou dando vida nova a ele, como faço pra enviar as etapas? Everton(Tom) Joinville SC.
José Matos,
Dourado é a forma genérica de citar o nome da cor no documento. Vc pode pintar desse cobre, que não haverá problema. Se quiser a formula da tinta está aí:
Montadora: VW
Linha: 055
Cód. da Cor: 3475
Nome da Cor: COBRE
Ano da Cor: 1975
Data: 24/10/2005
Base.....500 ml.....1000 ml
352-91.....87,0.....174,1
M99/12.....67,2.....134,4
M99/10.....30,5.....61,0
A143.....160,2.....320,5
M105.....37,9.....75,8
A136.....37,3.....74,7
A353.....27,1.....54,2
A125.....5,4.....10,8
A335.....3,7.....7,4
A929.....1,5.....3,0
A974.....0,8.....1,7
OBS.:
1-Quantidade não acumulativa em GRAMAS.
2-Formulação executada somente em lojas que fazem as tintas da GLASURIT.
João Bosco,
Ainda não fiz o gabarito, infelizmente não tenho tido tempo.
Tom,
Não entendi sua colocação, quer escrever direto no meu e-mail?
Restauração boa é restauração trabalhosa . não tem meio termo , parabens .
cara me diz uma coisa eu comprei uma vendi e vou comprar devolta mais nao achei a marcaçao do chassi do carro so o da carroceria ? meu email gabriel-280@hotmail.com
Ola alguém pode me ajudar qual a correta máquina de vidro usada no GTR 73, uns falam que é do Opala outros dizem que é do fusca, sera que alguém poderia me ajudar... agradeço a atenção.
Amarildo,
Já respondi 2x, em duas postagem que vc fez a mesma pergunta. Escreva para mim que a resposta vai direto para seu e-mail.
Ok Felipe acabei de te enviar um email grande abraço
Olá,
temos o molde completo da PUMA Tubarão 1972.
Elá é 100 % fiel a original e detalhe , mais taqueada que a própria para evitar ondulações ...
...em relação ao molde da Puma Tubarão 1972, poderia enviar fotos, qual o valor?
Gostei do Puma e também do Fusca azul oval com as rodas Fumagallis que aparece em uma das fotos.
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