segunda-feira, 3 de junho de 2013

Eventos - Lindóia 2013 (1)

Nesse final de semana prolongado aconteceu o maior evento de veículos antigos do Brasil: "XVIII Encontro Paulista de Automóveis Antigos", realizado na cidade de Águas de Lindóia-SP, mais conhecido simplesmente por Lindóia.
A presença da marca Puma foi tímida este ano, com apenas três modelos e um caminhão. Nenhuma raridade Puma, isso acaba se tornando regra, em um ano vários modelos e alguns raros, no ano seguinte apenas a presença.
Dos modelos Puma o que estava mais original foi o GTS 1977 do Rafael de Jundiaí-SP, mas não levou prêmio por a disputa estava acirrada. O Puma entra na categoria Nacionais Fora-de-série e de Fibra, da qual sou um dos avaliadores.



 Um dos premiados foi o raro Esporte Brasília 1961, pertencente ao meu amigo Sergio Campos. Esportivo fabricado no começo dos anos 60, em chapa de aço e algumas peças em alumínio, com o chassis e mecânica do Fusca 1200. A pequena fabrica ficava em Petrópolis-RJ.
 No porta-malas podemos ver a base do Fusca até 1963, com tanque de combustível alto e nicho "quadrado" para o reservatório de óleo do freio. Neste local, um antigo dono, para valorizar o seu carro, mandou estampar o nome Pininfarina, talvez também por não saber nada sobre a origem do esportivo, porque nos documentos está como protótipo VW, como colocavam quando o fabricante não tinha registro no Denatran pela pequena produção.
 O motor um autêntico 1200 cc e a bateria como nas Kombis, ao lado do motor.
Outro destaque premiado foi o Willys Interlagos Conversível, pela sua excepcional originalidade...
 ... Além é claro de estar bem restaurado.
 Algumas peças são reprodução de fidelidade digna da original. No interior, todos os detalhes corretos para o modelo e principalmente o ano de fabricação 1964, segunda série.
 No motor, a regra foi mantida, pura originalidade.
 O porta-malas um exemplo a ser seguido, tudo perfeito...
 ... Inclusive a chave de roda no local certo e a plaqueta do fabricante.
 Repararam a similaridade dos detalhes do Interlagos com o Puma? Fibra de vidro, partes internas de quantil, bateria na frente, calotas com a imitação de cubo rápido, bolhas nos faróis. Era o exemplo a ser seguido, principalmente porque foi um vencedor nas pistas de corrida. Certo que alguns detalhes eram moda da época, outros era a solução para carros em fibra de vidro e um deles, a bateria na frente, para equilibrar o peso de um esportivo com motor traseiro.
O Wiilys Interlagos Berlineta também recebeu o prêmio de destaque, não tão excepcional quando o conversível, mas com alto índice de originalidade.

 Mais um destaque premiado, o Bianco S, projetado por Toni Bianco, mestre dos bólidos de corrida, utilizava a mecânica do VW Brasília. Este carro pertence ao meu amigo Paulo Mostardeiro de Brasília-DF.


 O esportivo exibe o autógrafo de Toni Bianco na plaqueta feita para o evento de Inauguração do Museu do Automóvel em Brasília, quando da estada de Bianco naquela inauguração.

 Poucos sabem que o estepe do Bianco era no compartimento do motor, já que na frente só cabe mesmo o tanque de combustível.
Para-choques, rodas, emblemas, tudo original...
 ...E o mais raro, as lanternas com a marca Bianco.
 O MP Lafer também estava nesta disputa, já o Karmann Ghia entra na categoria VW.
 Mais um Willys Interlagos Berlineta. Este não conseguiu atingir o nível dos outros participantes. Na foto, Paulo Mostardeiro o especialista em Willys Interlagos, Dauphine e Gordini, que junto com Sylvio Fujioka e eu, formamos o grupo de avaliadores para a categoria. Apesar do Paulo ter um carro no julgamento, quando isto acontece, o integrante fica de lado e os outros dois avaliam. Na contagem final, são eleitos os quatro melhores, sendo um como a melhor raridade e os outros três na competição por originalidade.

 A personalidade Puma: Sergio Ambrogi, que contribui com muitos pumeiros para deixar seus veículos originais, fornecendo peças de Puma e principalmente voltantes originais.
 Um grande atrativo foi a coleção "Automóveis do Brasil" do saudoso Fabio Steinbruch, levado pelo seu irmão Léo. Foram vinte e sete automóveis de sua coleção, apaixonado pelos Alfa-Romeo e esportivos. É a maior coleção de automóveis nacionais, contando algumas raridades, como o Uirapuru GT 4200 e peça única como o Fúria FNM, com mecânica Alfa-Romeo 2150 e projeto de Toni Bianco.
 Fabio e sua paixão, Alfa e as corridas.

E o nosso representante no setor de caminhões, o Puma 4.T "cavalinho trucado". Ele é conhecido de outros eventos, como o Encontro de Puma de Jundiaí, mas é sempre agradável vê-lo de volta.
 Este caminhão teve várias personalizações, bem ao gosto caminhoneiro e ganhou a quinta roda (que puxa reboque, conjunto conhecido por cavalinho) e duplo eixo traseiro (trucado).

4 comentários:

Comandante disse...

Caro mestre Felipe,
Bela reportagem. Sim, foi muito discreta a presença dos Pumas, SP2, e alguns Karmannghias, e entre eles o KG 1970,vermelho, do nosso amigo João Medeiros que marcou presença viajando mais de 3.000 KM desde Natal até Lindóia, representando o Clube da Carros Antigos do RN. No momento está regressando. Aqui vamos espera-lo com uma bonita recepção.
Abraço,
Heriberto.

Morello disse...

Olá Felipe, pena não nos encontrarmos lá, também com tanto carro pra ver, fiquei maluco, faltou um Puma que estava escondido na área de veículos a venda, o famoso All Fassi, pena que só fiz uma foto dele e nesse espaço tinha mais uns 4 Pumas entre GTE-GTS e um GTB S-1.
Abraço
Morello

Anônimo disse...

Olá Felipe, simplesmente incrível este Bianco! Abraço, Cassiano

Daniel Pardo disse...

Aquele Esporte Brasília 1961 para a época em que foi fabricado é brilhante, mesmo para os dias de hoje, porém, foi injustiçado devido na época só existir o motor boxer refrigerado a ar 1.200 cm³, com um motor 1.600 ele seria perfeito, mas para 1961, era o que se podia arranjar...