sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Puma GT 1500 1968 n° 31

Das 151 unidades fabricadas deste modelo restam menos de 20% em circulação, das quais, metade em condições originais com ou sem restauração, se tornando atualmente mais raro que Puma GT DKW, que sobrevivem no mínimo 60 unidades das 125 fabricadas, todas registradas pelos colecionadores em uma tabela que circula em nosso meio. 
Este que apresento agora foi restaurado há pouco tempo no Rio de Janeiro, exibindo bastantes detalhes originais... 
 ... Como as raras calotas com imitação de cubo rápido. Apenas o emblema com a cara da fera está errado o desenho, aliás de todos que tem essas calotas. A culpa é minha, pois ainda não publiquei o desenho correto, mas quando souberem será surpreendente um pequeno e interessante detalhe.
As rodas de aço 5 JK x 14 e pneus 7.00 x 14 ou 185 x 14, na verdade eram da Kombi 1968, sem janelas de ventilação. Para vocês verem como o Brasil era limitado em peças e equipamentos. No final daquele ano a Puma já oferecia como item opcional as rodas de magnésio desenvolvidas pela Puma e Scorro.
 A cor escolhida para este GT foi o vermelho Granada da linha VW de 1967 e 1968. Apesar da Puma oferecer as cores: branco, amarelo, vermelho, laranja e prata como opcional, o proprietário poderia escolher a cor de seu Puma e encomendar a fabrica outra cor de alguma montadora nacional, pagando um extra bem salgado. Uma cor que a Puma recusava-se a pintar era a cor preta, alegando que não combinava com o veículo. Mas acredito que fosse mais uma questão técnica de produção, pois o preto seca mais rápido e a limpeza dos equipamentos é mais demorada. A partir do modelo GTE, a Puma aumentou sua gama de cores, algumas desenvolvidas dentro da própria fabrica e já não havia mais essa possibilidade da escolha da cor fora da relação existente.
 Na traseira o charme fica por conta das lanternas oriundas da C-14, da traseira truncada e do vidro reto. As dobradiças do capô são as originais, vindas do capô do Willys Gordini, assim...
 ... Como os emblemas Puma GT 1500.
 No capô traseiro, o reforço interno foi pintado da cor do carro, quando deveria ser em quantil, formula esta adotada, pois quando tem quantil nessa área, o desgaste desse acabamento é maior que a tinta. Pensando em melhorar, foi pintado também.
O motor, um 1500 cc, não tem como a maioria dos GT 1500, os coletores, carburadores e porta-filtros originais. O porta-filtro ainda não fabricaram a réplica, está para ser lançada. Agora carburador Solex 32 PDI não dá para quem gosta de usufruir do carro. Mecânico para mexer em dupla carburação já está ficando raro, imagine achar reparos de PDI? Eram os carburadores do Gordini.
A soleira do compartimento do motor de alumínio original. Essa soleira também era utilizadas nas portas do Karmann Ghia e na entrada e saída das antigas escadas rolantes.
A lanterna de placa que está não é original, mas um detalhe fácil conseguir.
As bolhas nos faróis e para-brisa canto reto são marcas registradas dos primeiros modelos. Os limpadores estão em preto, mas iram para a cromação e assim ficarem corretos.
 O capô que abre invertido em comparação aos modelos GTE de 1970 ...
 ... Dobradiças de perfil reto originais...
... E fechadura pelo sistema de pino.  Reparem nas saídas de água da canaleta do capô.
 Na frente o famoso "bigode" com a cara da fera ao centro.
 As maçanetas são do Fissore DKW ...
 ... E essa chave com a cara da fera foi fabricada especialmente, como um detalhe charmoso. Originalmente a chave tinha o emblema DKW-Vemag.
 O espelho F1 de metal cromado era moda no mundo, nos anos 1950/60, quando em 1968 apareceu o espelho Le Mans, aerodinâmico e leve. Também conhecido por Sebring, a Puma logo adotou no novo modelo GT 1500 em detrimento àquele usado no Puma GT DKW, o F1. Neste caso, a opção foi feita pelo antigo espelho, por oferecer uma visão melhor para andar no transito louco das grandes cidades.
 Como o GT 1500 1968 era o primeiro modelo, muitas alterações foram feitas ao longos dos dois anos que foi fabricado e as pessoas as vezes desconhecem alguns itens que pouco se usou, como os puxadores de porta, que antes eram mais arredondados. Aqui para correção, a forração de porta deveria ter apenas o friso que corta a parte superior sem costuras, falta o cinzeiro de Fissore ou Fusca antigo e a maçaneta do vidro era da linha DKW e VW, muito fácil de ser conseguida. A rara maçaneta de abertura da porta, do Fissore, está lá.
 Internamente o aspecto é bem original, mas se tratando do n° 31, o painel deveria ser de metal e imitação de jacarandá apenas ao redor dos instrumentos. As saídas de ar deste Puma são essas redondas, vindas do FNM 2000 JK, pois não tem as saídas de ar junto ao para-brisa.
 O volante é o correto F1 e os bancos, apesar de serem originais, não deveriam ter os ilhoses e gomos, itens incluídos nos modelos GTE de 1970 a 1972.
 Os para-sóis foram colocados de veículo moderno apenas para vistoria e serão substituídos pelos originais.
 A forração do teto, com o desenho parecendo furinhos, vindo do Fusca, é cortada por um friso cromado...
 ... E costuras formando dois retângulos, tudo original.
 Conclusão, apesar de ter alguns detalhes apontados nesta matéria, o Puma n° 31 tem uma carroceria integra, perfeita, supondo que foi bem tratado ao longo dos anos e nunca deve ter sofrido algum acidente sério. Um ótimo carro para quem quer ter exclusividade, afinal, além de raro, um GT 1968 nessa cor será inconfundível, dando um aspecto nobre e charme dos esportivos ingleses.
O veículo está à venda e interessados favor contatar felipenicoliello@gmail.com.

14 comentários:

luis wynns disse...

belíssimo carro, ficou bacana essa cor, vc sabe que ja estava pra te pergunta sobre puma preto a algum tempo, então pumas não saiam da fabrica preto, reparei que a plaqueta de identificação fica em uma posição diferente,é possível comprar essa soleira do compartimento do motor, em algum lugar

Mazinho Rocha disse...

Sonho de consumo

Sergio Campos disse...

Concordo em numero e grau com o Felipe. O Puma GT 1500 1968 é muito mais raro que um GT Dkw, que já é raro. Eu esperei 10 anos para comprar um 68. Neste interim eu vi alguns a venda, mas todos sucateados. Vi inumeros GT Dkw a venda, alguns bons, outros nem tanto, mas vi muitos e já tive 4 exemplares, sendo que o primeiro deles eu comprei na feira do Ahembi num domingo de sol em 1980 e poucos. Sai dirigindo ele da feira, eu era pivete, ainda estava na faculdade, o carro era muito barato mas mesmo assim, voce sabe, estudante nao tem grana, juntei as moedinhas para pagar. Uma semana depois o lubrimat pifou e a junta do cabeçote queimou bem em frente a casa da minha namorada. As pessoas achavam bonito, mas ninguem sabia que carro era aquele...rsrs

Morello disse...

Felipe, uma dúvida: a maçaneta da porta não está invertido o lado do cilindro da chave? ela não seria do lado do carona?
Abraço
Morello

Luby disse...

esta68 se não me engano é uma do meu amigo João do puma.
abs
Helio Medonça

Luby disse...

conheço o carro pessoalmente e tirando pequenos detalhes tecnicos é um belissimo e raro exemplar..

Anônimo disse...

Parabéns ao proprietário pela restauração esmerada e ao grande Felipe por mais uma análise técnico-histórica. Abs, Cassiano

Flávio disse...

Tenho um amigo que tem um Puma 68! Descobrimos que era um dos primeiros pois o carro tem as entradas de ar do FNM no painel!O carro está sem documentos e o chassi não é mais o original,mas a carroceria é muito boa!Apenas a frente sofreu um concerto em que foram trocadas as lanternas originais do ano pelas redondas de CG,Mas tem todos os vincos inclusive o bigode!Se alguem se interessar tenho fotos! Meu e-mail é serrarepresent@brturbo.com.br

Felipe Nicoliello disse...

Luís, somente em feiras de antigos ou sites de vendas de peças antigas.

Bela história Sergio.

Morello, a maçaneta está correta, apenas o cilindro da chave foi trocado. No lado do passageiro não tinha abertura por chave.

Luby, exatamente.

Obrigado Cassiano.

Anônimo disse...

Estou colocando a venda uma Princesa 69 ainda não restaurada.
Com estas dicas, vai ser muito mais fácil para não refazer os mesmos itens.
Para os interessados meu e-mail.
e.simonelli@terra.com.br

Saudações.
Euclides

charles disse...

felipe, na 68 qual era o retrovisor interno utilizado originalmente? nas gte 70 eram da variant, mas a variant não existia em 68...rs

Felipe Nicoliello disse...

Charles,
Era da Variant sim, o mesmo!!! A Variant que pediu emprestado para o Karmann Ghia. rsrsrs

Deixa eu falar sério para não haver dúvidas, esse espelho era do Karmann Ghia, que a VW utilizou no 1600 4 portas, Variant, TL e TC e o Puma entrou nessa lista.

Anônimo disse...

bom dia Felipe nicoliello . parabems pelo esse blog q eu curto muito . bom eu gostaria saber o preço da soleiro do compartimento do motor da puma 76 primeira sere . eu estava vendo aq no blog q vc fabrica . estou te perguntando por aq pq nao conseguir via e-mail . mais vc se quiser pode me enviar o preço por e-mail . ama1932@hotmail.com vlw . abç .........

Daniel Pardo disse...

Esses Pumas mais antigos têm mais charme que os mais novos.