Há muito tempo eu vinha procurando a imagem do GT Malzoni #17 colorida e no post anterior foi publicada a imagem.
Isto porque, a imagem mais conhecida é esta abaixo, em preto e branco. O grande interesse por este Malzoni é pelo simples motivo que era o veículo de Rino Malzoni. Um pré-série para elaboração do projeto final. Segundo Anísio Campos, esse carro tinha algumas partes de metal.
O GT Malzoni já havia estreado nas pistas em 14 de março de 1965, na "I Três horas de velocidade", realizada em Recife-PE, com Marinho ao volante do GT Malzoni #9.Em junho do mesmo ano foi realizado o "II Grande Prêmio Estado da Guanabara" e para a corrida, a Luminari resolveu participar com dois GT Malzoni: Marinho e Chiquinho Lameirão com o #7 e Norman Casari e Anísio Campos com o # 17.
A corrida foi matéria na revista Auto Esporte de julho de 1965, que foi publicada anteriormente aqui no Puma Classic. Vamos repetir a publicação para entendermos toda história.
Para facilitar a leitura, separei o texto em blocos.
Interessante a matéria que fugia dos padrões jornalísticos daquele tempo, parecendo até uma conversa contada por amigos. As vezes um pouco confusa para se familiar, pois o autor não se refere ao veículo e sim ao número do carro de corrida.
Logo de início é declarado o "tapetão", que acaba prejudicando os Malzoni.
Na corrida, com 25 competidores, nomes e carros importantes no cenário automobilístico nacional. E começa a descrição de toda corrida...
...Contada em detalhes, inclusive a desclassificação do Malzoni #7 de Marinho/Lameirão.
Dá para imaginar como deve ter sido a disputa.
Depois a análise de cada equipe, nada comum em reportagens. Com isso, vemos que organização em equipe existe há muito tempo.
Na análise dos carros, os elogios aos Malzoni, ao Mestre Lettry e a confirmação das diferenças entre os dois Malzoni, o #7 com motor mais potente, mais leve e com suspensões melhores, provando que o #17 não era um verdadeiro carro de corrida.
Os pilotos também receberam a análise do autor, nomes que em pouco tempo se tornaram os grandes pilotos brasileiros. Para os mais jovens, Môco era o apelido do saudoso José Carlos Pace, piloto que correu e venceu na F1 pela Brabram.
E a classificação final, com Norman Casari e Anísio Campos na 12° colocação, boa posição para um carro de rua.
A história desse carro não para aqui. Segundo Carlos Zavatarro, depois da corrida o GT Malzoni #17 foi vendido ao piloto Newton Alves.
Perseguindo a história, esse veículo pertenceu ao piloto Celso Gerbassi que capotou o Malzoni no circuito de Jacarepaguá ni Rio de Janeiro. Depois da capotagem, Gerbassi encomendou outra carroceria a Lumimari e vendeu os restos ao piloto Abelardo Aguiar, que também tinha capotado seu Espingarda Alfa Romeo. Quem conta toda história é o meu amigo Roberto Nasser aqui O Espingarda que virou Trambealfa depois Alfazoni e o Onça.
Então, com um chassi FNM 2000, a carroceria do #17 virou o Alfazoni (foto abaixo). Por isso, na relação dos proprietários de GT Malzoni, o Alfazoni de Pedro Paulo Viola consta com uma numeração completamente diferente dos Malzoni. Agora onde foi parar o chassi do #17 ainda não descobri e quem puder dar alguma informação para ajudar a descobrir o restante da história, será muito bem vinda.
Hoje temos uma recriação do GT Malzoni vermelho com faixas prata de Rino. O carro pertence ao Dr. José Luiz Fernandes e em 2009 estava em fase final de montagem. Ainda faltavam os faróis auxiliares integrados na grade dianteira, friso lateral e para-choques inteiriços.
Mas a fidelidade do projeto está sendo seguida.
As lanternas importadas (de Jaguar) destacam a traseira esportiva dos Malzoni.
O bocal de abastecimento rápido, como no modelo de corrida é fiel a suas origens.
Bolhas nos faróis...
... E lanternas de Jeep, Rural (tudo igual), tudo respeitando a originalidade do modelo.
O motor ainda não estava instalado...
...Assim como os instrumentos...
...Que já restaurados, exibiam o grafismo DKW, original do Malzoni.
Apenas o conta-giros era exclusivo da Lumimari / Puma.
4 comentários:
Eu gosto desse Puma,o fato de a carcaça ter mudado e a mecânica ser a VW,só diminuiu o valor do carro,a cara do Brasil fusca de carroceria,esporte.Tudo a meia boca.Renato.
Felipe, qual era o amarela utlizado nos Pumas em 1973 ?
Recentemente chegou uma para restauração e, surgiu a dúvida.
Obrigado.
Renato, acredito que esteja um tanto confuso, a carroceria do GT Malzoni DKW virou Alfazoni, tinha mecânica Alfa Romeo. Onde entra VW nesta história?
meu nome e thiago,tenho 14 anos estou montando um puma gte 1980,acreditto que vai ficar lindo quando estiver pronto,seu blog e muito bom.
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