Em 1985, a Volkswagen fornecedora da Puma, suspendeu o fornecimento da plataforma rolante da Brasília e de qualquer peça até o efetivo pagamento da dívida até então. A nova proprietária Puma não tinha condições de quitar a dívida de 20 milhões de cruzeiros e consequentemente não poderia montar os modelos Puma com motorização VW. A saída foi recomeçar pelo modelo GTB S2, que utilizava mecânica Chevrolet e o fornecimento estava garantido. A produção iniciou-se pelo n° 1.000, para ficar registrado ser produzido no Paraná. Abaixo desse número foi produção em São Paulo. Pouco depois a Araucária começou a montar os modelos com mecânica VW usada, que era totalmente revisada. Mas isso é outra história.
Como a Araucária estava montando apenas o GTB S2 chamado de ASA, de Araucária S.A., Milton Masteguin tinha convicção que a fabrica deveria fabricar também um modelo conversível. Para Milton um fabricante de esportivo deveria ter os dois modelos, coupe e conversível. Baseado no sucesso do SM, que também utilizava mecânica Chevrolet, que passou de 81 unidades em 1985 para 207 em 1986, sendo desses, 52 conversíveis no ano de seu lançamento, a diretoria da Araucária resolveu dar o aval a Masteguin iniciar seu projeto do GTB S2 Conversível.
Para o engenheiro não era apenas cortar a capota do GTB e sim criar um novo projeto. Para tal, pegou uma carroceria que ainda era de laminação da fabrica da Presidente Wilson em São Paulo e começou as alterações. A frente recebeu uma nova grade, imponente e muito moderna para época. A dupla faróis redondos permaneceram, mas com nova posição. Novos para-choques e spoilers formavam a nova frente. Na traseira Masteguin quis que as lanternas de Brasília fossem aposentadas para dar lugar as lanternas de Opala Diplomata, já que tudo no veículo era Chevrolet, não ficava bem as lanternas VW.
Com a retirada da capota, o esportivo recebeu uma nova tampa do porta-malas, deixando seu desenho com aparência de sedan. Nessa época, a equipe de Milton Masteguin era formada pelo engenheiro da Araucária Ivan e o uruguaio Bruno.Reforçaram a coluna da porta e internamente permaneceu igual ao GTB S2. Assim em 1987 estava pronto o novo projeto.
Paralelamente outros acontecimentos surgiram com a Araucária, como a frustada negociação com Morammed Ali, deixando a Araucária sem condições de sobrevivência. Em dificuldades financeiras e precisando de empréstimo bancário, seu diretor Rubens Rossatto fatura a venda do GTB S2 Conversível, que estava encostado em um canto na fabrica. Para o faturamento ele determinou a nova sequencia da numeração de chassi, iniciando pelo n° 1101. Com isso, ele garantiu um empréstimo que mais tarde foi saldado.
Sem condições financeiras para continuar Rubens Rossatto "achou" um comprador para a fabrica. Rubens Maluf relutou a oferta, mas Rossatto insistiu e o convenceu a realizar a venda para Nivio de Lima, do Grupo Alfa Metais. Nivio por sua, criou a Alfa Metais Veículos e a Araucária licenciou a Alfa Metais para a fabricação dos produtos Puma e utilização do nome Puma. Rossato ainda permanece com pequena participação na sociedade da Araucária.
Com o novo grupo no comando, as coisas melhoraram. Nivio pagou a dívida com a Volkswagen e pode receber novamente a mecânica VW. Relançou o GTB S2 com novo nome, o do seu grupo, AMV - Alfa Metais Veículos e adicionou as alterações feitas por Milton Masteguin para o GTB Conversível no novo AMV. O projeto do conversível foi engavetado.
Depois da morte de Nivio de Lima em 1993, a produção de automóveis esportivos foi encerrada, permanecendo apenas a fabricação de caminhões que foi até 1999. Com a falência do Grupo Alfa Metais, a fabrica e todos seus equipamentos e estoque foram bloqueados pela justiça. Apenas o Grupo Alfa Metais, já que esta era apenas licenciada da Araucária S.A.
Rubens Rossato retomou o livro de Registro de produções da Puma como era de direito, alguns projetos antigos e permaneceu com os protótipos dos modelos criados na Araucária, como esse GTB Conversível, o Puma Al Fassi e o utilitário 2T.
Em 2004, na visita a Curitiba por causa do 1° Encontro Nacional do Puma, o carioca João José viu esses projetos nas dependências de Rossato e logo se interessou. Os veículos estavam em ordem, mas faltava muito dinheiro para a finalização dos produtos. João José comprou a ideia e financiou o término dos veículos Al Fassi e GTB Conversível. Assim Rossatto, com ajuda de ex-funcionários da Puma terminou os dois veículos, que foram entregues ao colecionador carioca.
O carro está exatamente como foi projetado.
...Apenas o emblema GTB C3 que foi criado posteriormente, afinal em 1987 ainda não tinham resolvido como ele iria se chamar, por isso no documento de Registro de Veículo de 1988 - aquele que foi para o banco... - ele consta como GTB S2 Conversível. Rossatto criou esse emblema e nome em 2004 para finalizar o projeto.Quanto a centena de instrumentos no painel, isso é coisa do João José, que gosta muito de aviação. No projeto, o painel era idêntico ao GTB S2 ASA.
8 comentários:
Nossa,tenso isso ai.
Que exclusividade!! Lindo o gtb conversível!
parabéns, ficou lindo
QUE HISTORIO MARAVILHOSA !!!!!!
“o carro está exatamente como foi projetado” - de maneira nenhuma!
Erros: 1) Spoiler dianteiro da AMV 1990, 2) Para-choques, aerofólio e retrovisores na cor do carro, 3) Lanternas do Opala 1988 (e fumês como Opala 1990), 4) Piscas dianteiros de cor cristal, 5) Rodas bem mais largas que o padrão e sem o formato correto dos raios, 6) Maçanetas da P-018, 7) Volante de direção, 8) Motor turbinado e com tampa de válvulas não original, 9) Proteção rígida da capota, que muito, mas muito dificilmente seria idealizada em 1987.
Está parecendo com essa: http://www.pumaclassic.com.br/2008/11/comparativo-puma-amv.html (que por coincidência é a AMV 0001)
Historia bacana, já o carro deixa a desejar.
Conheci este carro em 2011, falei pra todo mundo e ninguem acreditou na GTB Conversivel, tá ai a Historia!!!
O carro é Show!!!
O carro é show de bola, a única coisa que estragou foi esse monte de reloginhos que dá até para medir o fuso horário da Polinésia Francesa, porém, o valor desse carro hoje é "impagável" justamente por ser único.
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