sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Rodas Puma GTE / GTS 1976 a 1978

Como falei na publicação anterior, a roda de alumínio Puma, também conhecida por "Raios", foi lançada em outubro de 1975, equipando os modelos GTE e GTS. Até fevereiro de 1976, os dois modelos abaixo foram fabricados com estas rodas. Tinham as medidas do novo lançamento, ou seja, tala 6" na dianteira com pneus 185/70 x 14 e tala 7" na traseira com pneus 195/70 x 14. Os pneus eram os Pirelli CN36. Com as rodas e pneus mais largos na dianteira, somados aos pneus CN36 mais "gorducho", não havia para-lama que resistisse. Em curvas acentuadas, o pneu pegava na parte superior do para-lama. Nessa carroceria, o máximo que conseguimos colocar em largura de pneus são as medidas originais 165 x 14. Como essa medida não é mais fabricada a opção seria o 165/70 x 14 fabricado somente pela Michelin e coisa rara de encontrar. A melhor opção é adotar 175/65 x 14, medida bem comum, aumenta-se a largura, mas diminui na altura, porque se colocarmos 175/70 x 14 em certas situações continuaram pegando no para-lama.
A partir de março de 1976, o GTE e GTS mudou, mudou tudo! Carroceria, chassi, rodas, pneus, etc. Na nova carroceria a roda de Raios mais largas na dianteira não há problema algum, mesmo com os pneus mais largos, afinal a carroceria foi projetada para esse "calçado".
Abaixo uma foto de época, com a roda estritamente original e os famosos Pirelli CN36, quadrados e gordos, um excelente pneu.
Muito importante é o tratamento dispensado às rodas de seu Puma, pois elas fazem parte do conjunto visual e identificam sua originalidade em relação ao ano do carro.
Roda dianteira tala 6 polegadas, com raios pequenos.
Roda traseira tala 7 polegadas com raios mais largos, que na verdade são o reforço para aumentar a largura da roda.
As rodas de liga de alumínio fabricadas pela Scorro, não perdiam o brilho como o magnésio, porém eram mais pesadas, mas em compensação eram um pouco mais leves que as rodas de liga de antálio, que muitos fabricantes adotaram em substituição do magnésio. Mesmo assim, esse material deve ser polido a cada seis meses dependendo do uso e NUNCA deve mandar adiamantar roda com qualquer tipo de liga antiga, como fazem nas rodas atuais. O sistema de adiamantação risca a roda e o verniz desprende com muita facilidade.
É muito comum vermos rodas erradas em Puma dos anos de 1976 até 1984. Como as rodas se parecem, a confusão é corriqueira. As rodas do modelo 76-78 tem os raios curvos e NÃO são polidos. Já no modelo 79-84 os raios são retos e polidos. Seu miolo é pintado de cinza ao invés de preto como no modelo 79-84.
No detalhe, a curvatura dos raios da roda traseira.
A marca Scorro grafada dentro de um dos raios...
... E no raio oposto a marca registrada Puma: MADE IN BRAZIL.
Abaixo o esquema de pintura das rodas de 1976 a 1978.
Como nos anteriores, a roda do estepe acompanhava o modelo da roda dianteira. Aqui a roda com um pneu CN 36, ainda original de fabrica.
Nos modelos 1976 a 1978 encontramos diversos erros no acabamento das rodas, porque ficou taxado que roda Puma tem os raios polidos e miolo pintado de preto, que nem sempre é verdade.
Isso se deve ao fato que na época, os garotos gostavam de dar um toque diferenciado ao seu carro e no caso do Puma, alguém algum dia resolveu polir os raios, ficou bonito e muitos imitaram. Como a moda pegou, a Puma resolveu mudar também, para agradar seus consumidores. Só que os raios curvos só podem ser polidos na mão, porque nenhuma máquina entra por completo no local. Claro que isso é inviável para uma produção em série. A Puma mudou o desenho dos raios, deixando-os retos, facilitando o polimento na fabricação. Para destacar o brilho dos raios, pintaram o miolo de preto fosco automotivo.
Muitas pessoas mal informadas fazem o serviço de polimento dos raios com máquina e para atingir todo o raios, acabam criando um vinco no centro deles, estragando a roda.
Nas fotos abaixo vemos uma roda de raios curvos com o polimento feito por maquina em duas etapas, a parte superior, depois a inferior do raio, criando um vinco no meio.
Procure sempre um verdadeiro profissional de rodas ANTIGAS para qualquer tipo de serviço. As técnicas são completamente distintas das rodas modernas.

12 comentários:

smarca disse...

Embora esteja bastante visível para todos, gostaria de comentar sobre a tampa do copinho que até este modelo tinha as bordas e a cara da Puma cromadas num fundo preto.

Eram de plástico e não de metal como são fabricadas as réplicas atualmente.

Apenas nunca soube se as tampas originais de plástico, até este ano, tinham as bordas arredondadas como são feitas as réplicas ou facetadas como são as tampas a partir de 1979.

Outro ponto que me chama a atenção é que polindo-se à máquina os raios curvos, criando-se o vinco que o Felipe mostrou, parte da rigidez estrutural da roda, especialmente a traseira mais larga de 7" se perde. Pode ser algo insignificante, mas é fato.

E 6 meses entre cada polimento, quem me dera. A cada 3 meses eu o faço com Brasso (melhor que Kaol que deixa manchas, talvez por ser mais líquido enquanto o outro é mais pastoso, não sei) e a estopa sai preta como o asfalto.

Na verdade, até fiz alguns testes, polindo sequencialmente durante vários dias para ver se conseguia eliminar por completo a oxidação, mas nada. A estopa sempre acaba preta, menos é verdade, mas nunca termina.

Também experimentei cristalizar com cera cristalizadora após o polimento para ver se o polimento durava mais, mas nada. Não adianta. Nada consegue deter a oxidação.

Talvez um verniz pudesse, mas aí a originalidade iria para o espaço.

Eu acabei pintando as minhas rodas de preto Cadillac, por informações equivocadas que compilei na época. Como ficaram realmente bonitas, em especial pelo fato de meu GTS ser branco (cor neutra) e combinarem bem com a capota preta, criando um visual, diria, mais sofisticado, resolvi deixar assim, até porque paguei caro por uma pintura profissional.

O Felipe custou mas me convenceu de que a cor padrão era mesmo o cinza médio. O padrão, pois certa vez conversando com um ex-funcionário da Puma, residente em Curitiba, ele me disse que a Puma, a pedido, pintava a roda na cor e tom que o comprador desejasse, desde que pagasse.

Essa informação talvez o Ronaldo, leitor deste blog, pudesse confirmar ou não.

De qualquer forma essa sequência de artigos sobre rodas Puma está ficando supimpa. Parabéns Felipe.

Mazinho Rocha disse...

Muito bom Felipe! Se alguém ainda tinha dúvida, não tem mais. Os pneus Michelin que voce se refere são os ENERGY XM1 165/70 R14 81T e ENERGY XM1 185/70 R14 88T para os modelos GTE e GTS fabricados até fevereiro de 76. Abraços, Mazinho!

Anônimo disse...

Felipe, sobre o CN36, quando ele ainda era fabricado, um amigo meu dizia que era um pneu muito duro e portanto, não recomendado para carros como o Puma pois em pouco tempo, apareciam barulhos no carro. Isto tem alguma veracidade? Abs, Cassiano

smarca disse...

Cassiano, o CN36 não era duro. Tive vários jogos em diversos carros na época dele. Aliás, naqueles tempos, era, de longe, o melhor pneu nacional que se podia comprar. Quando os outros começavam a aquaplanar, havia ainda uma enorme margem de segurança nos CN36.

O problema maior é a calibragem do pneu. Acima dos 16/18 libras recomendado pela Puma, o risco de pequenas trincas e fissuras é maior mesmo. Mas isso com qualquer pneu.

Acrescentando, por isso as rodas maiores e pneus de perfil mais baixo (que exigem calibragem mais alta) não casam muito bem com Pumas por questões técnicas e não somente originalidade.

Artur disse...

E agora que minhas rodas ficaram com os raios retos? tem como consertar isso?

Deni disse...

Muito bom o post, Felipe, muitas dúvidas que eu nem sabia que tinha foram sanadas.

P.S. Este post já é referência sobre rodas de Puma.

Abraço.

Felipe Nicoliello disse...

Sandro,
A matéria sobre as calotas das rodas vem depois, quando? Aguarde, com fotos de calotas originais.
Quanto a essa história que a Puma fazia o que o cliente queria, claro que fazia, como a VW, a GM, Fiat e outras também fazem, é só pedir e pagar que o concessionário faz, se é feito no concessionário ou em oficinas prestadoras de serviços deles, somente o concessionário poderá lhe dizer. Na fabrica certamente nenhuma fabrica faz o gosto do cliente! Se a Puma fabrica fez alguma coisa isso foi lá no começo dos anos 70, quando ela fabricava 20 carros por mês e assim mesmo nem tudo era permitido porque poderia comprometer o produto. A partir de meados de 70, duvido! Quem quer ter linha de produção alta não pode ficar personalizando carro por carro. Isso é uma lei a ser respeitada, com riscos de decréscimo no faturamento se for burlada.
Além disso, as rodas vinham prontas da Scorro, NA CAIXA, retiradas somente para colocar nos carros.

Obrigado Mazinho, estou atrasado com os e-mails, ainda não te respondi.

Cassiano, os pneus duros que desmontavam carros eram os radiais Pirelli Cinturato, anterior ao CN36, que veio para melhorar essa situação. Certa vez comprei um jogo de rodas Cruz de Malta retiradas de um Puma GTE 1974, tala 5,5" e 7", com Cinturato 165 e 185. Coloquei em um VW Brasília e em seis meses, o carro estava mais barulhento que turbina de jato. Quase desmontou meu Brasília. A explicação da Pirelli era que a suspensão do Brasília não foi feita para utilização de pneus radiais, teria que fazer uma nova calibragem da suspensão. Como não sou engenheiro mecânico e não conhecia o Ronaldo, fiquei quieto. Porque em outra situação com a Goodyear, voou o balcão de atendimento ao consumidor, acabaram me atendendo e não chamaram a polícia, mas isso eu tinha vinte anos.

Arthur, ter jeito tem, o profissional deve ser paciente e caprichoso. Vai encher de solda nas bordas dos raios e depois lixar até ficar igual aos raios originais.

Obrigado Deni, espero acabar com muitos erros sobre rodas.

Anônimo disse...

Felipe e Smarca, este meu amigo, tinha na época, (1983)uma Brasília modelo 1974 que era equipada com quatro rodas da Scorro, modelo S9. Era aro 13 e tinha, acho eu, tala 6polegas...ou seria 7 pol.? Mas enfim...lembro que segundo ele, a Brasília "melhorou bastante", pois tinha os mesmos sintomas do que aconteceu com a Brasília do Felipe. Depois que ele tirou os quatro CN36 e colocou no lugar, quatro S211 da Firestone, então uma novidade no mercado.Segundo o comentário dele, "eram bem mais macios que o CN36". Detalhe...a Brasília, quando ele a comprou, já estava com este modelo de roda e os CN36. Mas pensando bem...coloca-se aí, o fato de como o(s)proprietário(s) anteriores usaram a calibragem...sem contar que a suspensão da Brasília tem diferenças de regulagem em relação ao Puma e claro, estava rebaixada. Era isto...grato a vcs por esclarecer esta minha dúvida em relação ao CN36. Abs, Cassiano

rogers machado disse...

boa noite amigos, sou novo por aqui, mas gostaria tambem de meter o bedelho, a respeito do cn 36 tive varios carros com ele como puma gts puma gtb maverick gt e outros e realmente era muito duro depois de um pequeno uso a não ser que calibrasse com pouca pressão abaixo de 20lbs, a proposito a pirelli recomendava acima de 26 lbs.

JPMarchina disse...

Caro Filipe, afinal, para o pneus de hoje emdia nas medidas originais, 185 e 195, qua a calibragem correta?? seguimos os fabricantes de pneus ou os manuais de época, abçs, grato

Felipe Nicoliello disse...

João Pedro,

Como os pneus atuais tem construção diferente daqueles quando o Puma era fabricado, aconselho a se orientar pelos fabricantes de pneus, se é que eles fornecem esses dados.
Mas de qq maneira, utilize 24 na dianteira e 28 na traseira que o pneu trabalha bem e não prejudica o conforto ou compromete a segurança. Na recomendação do Manual Puma pede calibragens muito baixas e esses pneus modernos não trabalham bem com esse tipo de pressão.

Anônimo disse...

amigo gostaria de saber se existe o modelo puma GTE ano 1978 , mas com as lanternas traseiras da brasilia? como no modelo GTI, fico no aguardo da resposta. obrigado Muricio