Hastes dos limpadores Puma até 1973

Os famosos limpadores cruzados que equiparam os modelos Puma até começo de 1974, como o GTE 1973 acima do meu amigo Homero de Jundiaí-SP.

Tudo começou já com o nome Puma nos modelos. O primeiro o Puma GT DKW tinha o vidro mais curvo que o GT Malzoni - do qual foi derivado - por isso a solução encontrada por Anisio Campos para obter uma varredura maior foi a criação deste movimento de limpadores.
Claro que não era inédito no mundo, alguns modelos esportivos europeus utilizavam o sistema.

Curiosamente o Fissore DKW, criado pelo estúdio italiano Carrocerias Fissore foi apresentado com os limpadores cruzados em 1962 a diretoria da Vemag. Algumas modificações foram feitas para a nacionalização do produto e criação das formas, afinal o protótipo havia sido executado artesanalmente em chapas de alumínio.
E uma destas mudanças foi a colocação dos limpadores convencionais, com descanso do lado do passageiro. E desta forma foi lançado no Brasil em 1964 o Vemag Fissore DKW.
O GT Malzoni nasceu no mesmo ano do Fissore e emprestava muitas de suas peças, uma delas os limpadores convencionais e a principal toda sua mecânica.
No Puma GT DKW os limpadores mudaram em relação ao GT Malzoni, iniciando a tortura para muitas assistências técnicas: os limpadores cruzados. Estes foram marcas registradas em Puma. Talvez Anisio Campos tenha se lembrado do protótipo do Fissore para a criação deste movimento, que não é nada fácil de regular e acertar. Mesmo com os limpadores cruzados, todo o mecanismo era baseado no do Fissore. Motor, pinos, alavancas de movimentação, calços, borrachas, fixação e hastes, sendo que as alavancas de movimentação e hastes eram próprias da Puma, desenvolvidas especialmente para executar o movimento cruzado das palhetas.

As hastes e palhetas eram fabricadas pela Djalma de Oliveira & Filhos S.A., mais conhecida por Dijalma, sediada em São Paulo -SP. Fabricadas em inox tinham um excelente acabamento e um desenho peculiar, dando um charme e refinamento ao produto.
No detalhe as hastes em um Fissore.
Hastes e palhetas originais instaladas em um GTE 1972.
Este GTE com uma outra forma de haste, uma adaptação para manter as características bem similares as originais.
E este é o pino, onde se encaixam e são parafusadas as hastes.

Para quem tiver problema em achar as peças originais, a solução será fazer uma adaptação com pinos e hastes do Opala ou Corcel. As hastes deveram ser ajustadas no tamanho e uma delas deverá ter sua ponta torcida para o lado contrário - isto serve também para quem encontre hastes dos Fissore. Para torcer a ponta da haste deve-se tomar cuidado para não quebrá-la, pois alguns tipos eram fabricados em aço que não entortam. O ideal é recorrer a um especialista em solda e chapas metálicas. Quanto ao sistema de movimentação das haste promovido pelo acionamento do motor, isso é um grande problema, porque não existem mais profissionais que saibam mexer ou criar este sistema a partir do zero. Neste momento devemos ser criativos e buscar as alternativas existentes, ou seja, procurar um amigo que tenha os limpadores completos e tentar copiar ou buscar no boca a boca, se não existe mais quem sabe o fazer como. Não adianta pensar nos veículos modernos que tem o sistema cruzado, como o Chevrolet Meriva, Honda Civic e tantos outros, porque tudo é diferente, a começar pela eletrônica.