A matéria abaixo nos falamos aqui. Então vocês vão até lá, leiam para se iterarem sobre o projeto publicado na Quatro Rodas e depois retornem aqui. Esse projeto foi a tentativa da Puma em melhorar o seu produto na Europa e consequente maior penetração no mercado bem disputado. O Puma tinha linhas bonitas e agradáveis, mas perdia na concepção mecânica, por isso a intenção da fabrica em criar um Puma com a mesma mecânica VW a ar, porém atualizada e com suspensão muito melhor em conforto e estabilidade, já fabricada na VW da Alemanha. Com isso, o produto ganharia também em manutenção, porque as peças para substituição estavam lá na Europa, em qualquer concessionário VW.
O projeto foi tomando forma. Primeiro as fotos da revista, onde o modelo é feito em madeira. Nas fotos abaixo, o modelo em fibra sobre o chassis de um Fusca alemão com suspensão Mac Pherson, aquela que usa molas helicoidais e amortecedores telescópicos. Vocês viram que no modelo de madeira a frente estava definida, mas quando foi colocado o chassis, a parte superior da mola ficava para fora da carroceria e na foto vemos que a frente não fazia parte do modelo de fibra. Mas podemos ver claramente que o chassis é um VW 1302, ou pelo menos simularam um idêntico.
O mesmo problema foi encontrado quando do projeto do Puma P-016, que não puderam usar a suspensão Mac Pherson do VW Passat pelo mesmo motivo, optando pela suspensão do Fiat 147, que era mais baixa a parte da mola e amortecedor.
No final das contas, o Projeto P-09 realmente não foi avante, porque a VW não quis fornecer a mecânica VW - a plataforma rolando - para a Puma, como fazia no Brasil. Ninguém me confirmou isso, não posso provar, mas para um bom entendedor, não precisa de provas. Na Europa a VW não tinha um governo fazendo pressão, como no Brasil, para a concessão da mecânica. Outra, a VW, como a totalidade das montadoras, nunca foi fã de ver seus produtos serem utilizados por outros, pela simples razão: poderiam fazer melhor ou muito pior com sua mecânica, arranhando a imagem da empresa em qualquer uma das situações.
Sem a mecânica, o projeto foi por água abaixo. E naquele ano de 1974, com o projeto do Mini-Puma, esse P-09 e o lançamento do GTB era muita coisa para a pequena indústria que só tinha dez anos. Quem deve saber bem disso são nossos amigos Ronaldo, engenheiro-chefe da Puma e seu projetista Paulo Sérgio (PS). E digo mais, não sei se naquele ano, ele e o PS já estavam trabalhando também no projeto do caminhão leve Puma 4.T, eles vão nos dizer nos comentários.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
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9 comentários:
Era o chassi do 'VW 1303'!
Q veio da Alemanha em draw-back e deveria ser devolvido portanto.
A idéia da diretoria era exportar mais p/os EUA... (era o q nós ouvíamos na PUMA!)
Nem chegamos a mexer na 'suspensão dianteira'.
- "A rigor... "ñ apareceu o carro" mesmo depois da modelação ...ñ houve um nascimento, nem se pretendeu um renascimento."
O designer andava algo contrariado e ñ era o PS, ainda ñ.
No desenho 1:1 até prometia um sotaque italiano...
Decepcionante p/nós todos e até p/o designer, lógico!
Agora, o PS com a palavra...
(mto complicado ñ é mesmo: então, aí, o PS foi sendo vacinado a ñ errar mais, ...mas aprendeu mto tb)
(Ronaldo)
Valeu dr. Felipe! Coloquei o link no grupo "Pumaterapia"do Facebook
Mestre Ronaldo falou tudo e pronto. Só diria que em 74 esse carro foi colocada de lado na Enga. e Modelação pelos trabalhos do Mini Puma. Depois ele não "pegou" mais, talvez pela fábrica em Portugal
PauloSérgio
Sempre me pergunto porque a Puma não investiu no desenvolvimento de um chassi próprio. Com isso teria se libertado da dependência de um determinado fabricante ou pior, de um modelo específico e poderia estar produzindo até hoje. A mecânica do fusca 1302 ou 1303 já estava sem futuro no início dos anos 70, só a suspenção era moderna e sobreviveu em outros carros.
Nos anos 60 a Matra produziu um esportivo com estrutura tubular, motor central e carroceria de fibra. A mecânica era Renault. Esse tipo de construção é ideal para esportivos e viável para pequenas séries, podendo ser desenvolvido e produzido por uma firma pequena.
O primeiro GTE com base VW foi importante para a Puma se estabelecer. Se nessa fase a Puma tivesse desenvolvido um chassi próprio poderia ter lançado o novo modelo em 76 já com a opção de motor refrigerado a água e suspenção moderna, garantindo sua independência e com isso o seu futuro.
Motor , câmbio e suspenção sempre se consegue. A Lotus é o exemplo mais famoso, mas existem ainda outras firmas como Morgan, Wiessmann etc.
Abraços,
Christian
Obrigado Mestres Ronaldo e Paulo Sérgio pela explanação.
Cesar, a seu pedido, está aí a matéria.
Christian,
Você tem razão em tudo que disse, o único problema seria mesmo o chassis, o item mais caro em um desenvolvimento, tanto que a Puma no Projeto P-016 tinha chassis próprio, que ficou mais de dois anos em testes (1980/82) e não foi aprovado, precisava muito mais dinheiro e testes.
A VW Germany quando comprou a Matchbox, seu presidente, não lembro o nome, declarou que o sonho dele era que um dia a VW fabricasse carros como a Matchbox, diversas carrocerias com o mesmo chassis.
Quando a Miura quis evoluir, fez um chassi próprio, no início dos anos 80, e usando mecánica AP, lançou o Targa.
A Puma poderia fazer o mesmo, mas acho que o tempo já havia passado, não?
McQueen
Mc Queen,
A Aldo Auto Capas fabricante do Miura, mudou radicalmente seu produto. O motor passou para a dianteira e o desenho deixou de ser aquele em cunha pronunciada. Com isso eles puderam utilizar todas as peças mecânicas da linha VW a água, encurtando em muito o desenvolvimento do chassis, afinal utilizaram a mesma formula da VW. Se eles fossem colocar o motor AP entre entre, para manter o conceito e as linhas do primeiro esportivo Miura, cairiam no mesmo problema da Puma, teriam que fazer um chassis novo, com novo sistema de suspensão, freios e eixos. Como fez o Hoffstetter e o atual Lobini. No primeiro seu custo era proibitivo, no segundo caso, foram gastos milhares de dólares no desenvolvimento, principalmente das suspensões, que foram refeitas duas ou três vezes.
Eu cheguei a calcular as reações físicas e dinâmicas... para construir 'o pórtico metálico' q fixaria o topo da sus 'McPherson'.
Mas ñ fizemos nenhuma intervenção física no belo conjunto mecânico do 'VW 1303'. Ñ q eu saiba.
(Ronaldo)
:-)
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