quarta-feira, 4 de maio de 2011

Projeto Puma P-09

A matéria abaixo nos falamos aqui. Então vocês vão até lá, leiam para se iterarem sobre o projeto publicado na Quatro Rodas e depois retornem aqui. Esse projeto foi a tentativa da Puma em melhorar o seu produto na Europa e consequente maior penetração no mercado bem disputado. O Puma tinha linhas bonitas e agradáveis, mas perdia na concepção mecânica, por isso a intenção da fabrica em criar um Puma com a mesma mecânica VW a ar, porém atualizada e com suspensão muito melhor em conforto e estabilidade, já fabricada na VW da Alemanha. Com isso, o produto ganharia também em manutenção, porque as peças para substituição estavam lá na Europa, em qualquer concessionário VW.
O projeto foi tomando forma. Primeiro as fotos da revista, onde o modelo é feito em madeira. Nas fotos abaixo, o modelo em fibra sobre o chassis de um Fusca alemão com suspensão Mac Pherson, aquela que usa molas helicoidais e amortecedores telescópicos. Vocês viram que no modelo de madeira a frente estava definida, mas quando foi colocado o chassis, a parte superior da mola ficava para fora da carroceria e na foto vemos que a frente não fazia parte do modelo de fibra. Mas podemos ver claramente que o chassis é um VW 1302, ou pelo menos simularam um idêntico.
O mesmo problema foi encontrado quando do projeto do Puma P-016, que não puderam usar a suspensão Mac Pherson do VW Passat pelo mesmo motivo, optando pela suspensão do Fiat 147, que era mais baixa a parte da mola e amortecedor.
No final das contas, o Projeto P-09 realmente não foi avante, porque a VW não quis fornecer a mecânica VW - a plataforma rolando - para a Puma, como fazia no Brasil. Ninguém me confirmou isso, não posso provar, mas para um bom entendedor, não precisa de provas. Na Europa a VW não tinha um governo fazendo pressão, como no Brasil, para a concessão da mecânica. Outra, a VW, como a totalidade das montadoras, nunca foi fã de ver seus produtos serem utilizados por outros, pela simples razão: poderiam fazer melhor ou muito pior com sua mecânica, arranhando a imagem da empresa em qualquer uma das situações.
Sem a mecânica, o projeto foi por água abaixo. E naquele ano de 1974, com o projeto do Mini-Puma, esse P-09 e o lançamento do GTB era muita coisa para a pequena indústria que só tinha dez anos. Quem deve saber bem disso são nossos amigos Ronaldo, engenheiro-chefe da Puma e seu projetista Paulo Sérgio (PS). E digo mais, não sei se naquele ano, ele e o PS já estavam trabalhando também no projeto do caminhão leve Puma 4.T, eles vão nos dizer nos comentários.

9 comentários:

Anônimo disse...

Era o chassi do 'VW 1303'!
Q veio da Alemanha em draw-back e deveria ser devolvido portanto.

A idéia da diretoria era exportar mais p/os EUA... (era o q nós ouvíamos na PUMA!)

Nem chegamos a mexer na 'suspensão dianteira'.

- "A rigor... "ñ apareceu o carro" mesmo depois da modelação ...ñ houve um nascimento, nem se pretendeu um renascimento."

O designer andava algo contrariado e ñ era o PS, ainda ñ.

No desenho 1:1 até prometia um sotaque italiano...

Decepcionante p/nós todos e até p/o designer, lógico!

Agora, o PS com a palavra...

(mto complicado ñ é mesmo: então, aí, o PS foi sendo vacinado a ñ errar mais, ...mas aprendeu mto tb)

(Ronaldo)

Cesar Costa disse...

Valeu dr. Felipe! Coloquei o link no grupo "Pumaterapia"do Facebook

Anônimo disse...

Mestre Ronaldo falou tudo e pronto. Só diria que em 74 esse carro foi colocada de lado na Enga. e Modelação pelos trabalhos do Mini Puma. Depois ele não "pegou" mais, talvez pela fábrica em Portugal
PauloSérgio

Anônimo disse...

Sempre me pergunto porque a Puma não investiu no desenvolvimento de um chassi próprio. Com isso teria se libertado da dependência de um determinado fabricante ou pior, de um modelo específico e poderia estar produzindo até hoje. A mecânica do fusca 1302 ou 1303 já estava sem futuro no início dos anos 70, só a suspenção era moderna e sobreviveu em outros carros.

Nos anos 60 a Matra produziu um esportivo com estrutura tubular, motor central e carroceria de fibra. A mecânica era Renault. Esse tipo de construção é ideal para esportivos e viável para pequenas séries, podendo ser desenvolvido e produzido por uma firma pequena.

O primeiro GTE com base VW foi importante para a Puma se estabelecer. Se nessa fase a Puma tivesse desenvolvido um chassi próprio poderia ter lançado o novo modelo em 76 já com a opção de motor refrigerado a água e suspenção moderna, garantindo sua independência e com isso o seu futuro.

Motor , câmbio e suspenção sempre se consegue. A Lotus é o exemplo mais famoso, mas existem ainda outras firmas como Morgan, Wiessmann etc.

Abraços,
Christian

Felipe Nicoliello disse...

Obrigado Mestres Ronaldo e Paulo Sérgio pela explanação.

Cesar, a seu pedido, está aí a matéria.

Christian,
Você tem razão em tudo que disse, o único problema seria mesmo o chassis, o item mais caro em um desenvolvimento, tanto que a Puma no Projeto P-016 tinha chassis próprio, que ficou mais de dois anos em testes (1980/82) e não foi aprovado, precisava muito mais dinheiro e testes.

A VW Germany quando comprou a Matchbox, seu presidente, não lembro o nome, declarou que o sonho dele era que um dia a VW fabricasse carros como a Matchbox, diversas carrocerias com o mesmo chassis.

Anônimo disse...

Quando a Miura quis evoluir, fez um chassi próprio, no início dos anos 80, e usando mecánica AP, lançou o Targa.
A Puma poderia fazer o mesmo, mas acho que o tempo já havia passado, não?
McQueen

Felipe Nicoliello disse...

Mc Queen,
A Aldo Auto Capas fabricante do Miura, mudou radicalmente seu produto. O motor passou para a dianteira e o desenho deixou de ser aquele em cunha pronunciada. Com isso eles puderam utilizar todas as peças mecânicas da linha VW a água, encurtando em muito o desenvolvimento do chassis, afinal utilizaram a mesma formula da VW. Se eles fossem colocar o motor AP entre entre, para manter o conceito e as linhas do primeiro esportivo Miura, cairiam no mesmo problema da Puma, teriam que fazer um chassis novo, com novo sistema de suspensão, freios e eixos. Como fez o Hoffstetter e o atual Lobini. No primeiro seu custo era proibitivo, no segundo caso, foram gastos milhares de dólares no desenvolvimento, principalmente das suspensões, que foram refeitas duas ou três vezes.

Anônimo disse...

Eu cheguei a calcular as reações físicas e dinâmicas... para construir 'o pórtico metálico' q fixaria o topo da sus 'McPherson'.

Mas ñ fizemos nenhuma intervenção física no belo conjunto mecânico do 'VW 1303'. Ñ q eu saiba.

(Ronaldo)

Jaques disse...

:-)