Fora de área - Karmann Ghia

Ele nasceu primeiro na Alemanha, nos anos 50. Suas formas um pouco diferentes do modelo Brasileiro de 1962. Pelo mesmo chegou no Brasil o modelo atual existente na Alemanha e não como cansamos de ver e ainda vemos modelos defasados com o resto do mundo.
Vejam o comparativo do primeiro KG Alemão com o brasileiro abaixo, que serviu de modelo para ilustrar uma foto do KG 1965 que era do meu amigo Péricles.
Mas para sabermos de toda a história do Karmann Ghia, um carro fabricado em associação da Volkswagen, Karmann e estúdio Ghia precisamos voltar ao passado, com a criação do Chrysler Ghia no começo dos anos 50. O estúdio Ghia desenhou o Chrysler e aproveitou o projeto para desenhar a encomenda da VW: o Karmann Ghia. Associação dos três formou-se para viabilizar a fabricação, pois por eser espórtivo com menor volume de fabricação, a Karmann encarregaria-se da confecção da carroceria e montagem. A Ghia o projeto e a VW forneceria a mecânica e comercialização. Por exigência da Ghia, o nome do estúdio foi incluído no carro.
A história completa e bem rica do Karmann Ghia pode ser vista no Fusca Classic, muito bem elaborada pelo meu amigo Dario Faria.

Aqui no Brasil o modelo atraiu os esportista e pessoas que gostavam de veículos esportivos.
Suas linhas bem desenhadas enchiam os olhos do espectador. Mas aqueles mais atentos ao design mundial viam a defasagem do desenho, que remetia aos Corvette dos anos 50.
Para pior a situação do KG no mercado, a Willys lança o Willys Interlagos, que tinha desenho mais atual, motor mais potente e com carreira de sucesso nas pistas francesas, já que foi baseado no Renault Alpine.
Um dos grandes problemas do KG era a falta de potência para um esportivo, com mecânica 1200 cc e poucos HP, ele deixava seu proprietário frustrado. Só a partir de 1967 pode contar com um motor melhor de 1500 cc de cilindrada. Imagem, com o Puma os jornalistas batiam sempre na mesma tecla, que o carro não tinha potência, com o KG eles nem perdiam tempo, prefiriam ressaltar a economia do esportivo. Tanto que mesmo depois com a chegada do motor 1600 em 1970, o KG não sobreviveu muito tempo (1972), afinal tinha um fortíssimo concorrente, o Puma e perdia feio nas estradas para carros comuns. Uma ressalva, a lanterna branca de ré assim como a grade entre as ponteiras de escapamento não são originais... Eram aqueles acessórios que colocavam para enfeitar o carro, e tome enfeite!

Uma coisa é certa, ele sempre foi mais bem acabado que a linha VW e mostrava um toque de luxo em seu painel, interior e bancos. Era muito agradável de dirigir, apesar de esportivo era fácil de entrar e confortável.
Na foto abaixo a soleira da porta, a mesma de acabamento de entrada nas antigas escadas rolantes, também utilizada pela Puma como soleira do compartimento do motor, até 1972.
O Karmann que ilustra nossa matéria é do nosso amigo José Maria Moraes (DR.JMM) de Brasília-DF, ano 1969 e mostrando muita originalidade.
A cor, o azul Mont Blanco código L-1230, era uma das muitas cores alegres que existiam na década de 60 na maioria dos veículos.
Uma coisa admirada por muitos que eu abomino (opinião pessoal) é a quantidade de adesivos nos vidros.
Uma das coisas mais problemáticas na restauração dos KG são frisos e emblemas, pelo menos era, hoje talvez existam opções. Nesse caso, o KG do JM está impecável.
Assim como os adesivos, os acessórios de época são admirados, sendo os faróis de milha os campeões de audiência.
Alguns raros acessórios eu até admiro, como o caso desse quebra-vento de acrílico, que as pessoas mais exigentes colocavam para ganhar certo conforto. Na época não existia ventilação forçada, muito menos ar condicionado para andar com os vidros fechados.
Era um belo automóvel, como sempre a VW pegava na potência de seus modelos, e continuou repetindo com o Karmann Ghia TC e principalmente o VW SP2. Há algum tempo a VW se redimiu e começou a esbanjar potência em seus modelos mais esportivos, um exemplo os Gol GTI.