Hoje, 29 de junho de 2012 completa 46 anos do recorde histórico de velocidade no Brasil. O Carcará, protótipo projetado por Anisio Campos e Rino Malzoni, construído pela Equipe Vemag, que era chefiada por Jorge Lettry. O nome vindo da ave Polyborus plancus brasiliensis da família dos falconídeos, tipicamente brasileira, que John James Audubon, naturalista americano, o chamava no século XIX, de "águia brasileira, se tornou popular com a canção Carcará de João do Vale e José Cândido, interpretado por maria Bêthania em 1965. A canção foi sucesso e nome ficou conhecido. Aproveitando a onda, a Vemag designou para o seu bólido o nome da ave, que na letra dizia "Carcará, pega, mata e come!", uma ave feroz e objetiva, que utiliza o grande poder da visão, força e velocidade.
Para as linhas do bólido, Anisio se baseou no Silver Arrow da Auto Union, outro veículo streamlined (aerodinâmico) de recorde de velocidade. A solução encontrada para o cockpit pelo mago do design automotivo brasileiro, deixou-o com cara de aeronave, demonstrando que já dominava a técnica da aerodinâmica. Com seu pequeno motor de três cilindros, dois tempos, 1.080 cc de cilindrada e com 100 cv, somados aos 500 quilos do protótipo e diversos ajustes de suspensão e calibragem de pneus, ele atingiu a marca de 212,903 km/h. Uma marca nunca imaginável para um protótipo brasileiro naquele tempo, tanto que o piloto oficial da Equipe Vemag, Marinho, depois de um teste em Interlagos, recusou pilotar a máquina para o recorde. O medo era dele sair voando e perder sua trajetória. O carro "passarinhava" demais e para diminuir o efeito, o volante foi trocado por um de diâmetro maior. O jovem Miguel Crispim, discípulo de Lettry,está lá para ajudar nos ajustes e regulagens. Há dois anos ele me confessou que faltava à eles conhecimento, porque se fosse nos dias atuais, o problema seria facilmente solucionado com um pequeno spoiler dianteiro... Aquele história do ar entrar por baixo do veículo e levantá-lo. Mesmo assim, o projeto do Anisio era tão bom, que conseguiu atingir o objetivo e não se acidentar. Norman Casari foi convidado e aceitou o desafio, se tornando o piloto do recorte.
As revistas por todo país exploraram o desafio, antes e depois do recorde.
E lá foi ele para a grande conquista.
A história completa Anisio Campos conta aqui.
4 comentários:
E cadê o Carcará hoje em dia? Sumiu?
Marcos,
Foi doado ao Norman Casari, que ficou em exposição em sua concessionária Cota no Rio de Janeiro. Anos depois, em 1968, ele aproveitou o chassis para construir seu protótipo o Casari A1, com motor V8 do Galaxie e carroceria com a frente do protótipo AC-1600 de Anisio Campos, que cedeu gentilmente a peça. Depois foi desmontado e muitos anos depois foi resgatado no interior do Rio de Janeiro, ainda com o chassis do Carcará e restaurado. Hoje se encontra no Museu do Automobilismo Brasileiro em Passo Fundo-RS.
A carroceria de alumínio, segundo dizem, ficou abandonada por anos em uma empresa em SP e por ser de alumínio, deve ter sido vendida para sucata. Há poucos anos, Toni Bianco, a pedido de Paulo Trevisan do Museu do Automobilismo, recriou o Carcará, com a mesma carroceria de alumínio, nas mesmas dimensões e proporções. Tb está no museu de Passo Fundo.
SE VOCE LER REPORTAGEM DO BOB SHARP NA 4R CLASSICOS, VERÁ QUE A RECUSA DO MARINHO FOI PORQUE O PNEU pirelli, NÃO ERA SEGURO PRA AQUELA PREVISÃO DE VELOCIDADE, porém o lettry insistiu que aguentariam o teste, E INCLUSIVE INSTALARAM NA RODA, PNEU DA VEMAGUETE QUE O BOB USAVA PELA VEMAG ; DESTE FATO, NÓS PUMEIROS OBTIVEMOS, DURANTE A DIVULGAÇÃO DO CARRO, UM ARTIGO QUE EM MINHA OPNIÃO, DENTRE TODAS AS REPORTAGENS NA VIDAS DA PUMA, É A MAIS APAIXONANTE E que foi escrita pelo PREMIADISSIMO (JÁ TENDO RECEBIDO O PREMIO ESSO NO INICIO DE CARREIRA DE REPORTER), José Hamilton Ribeiro.
E O CARCARÁ FOI DEPOIS DE EXPOSTO EM BRASILIA(VEJA fotos no site Puma Club do Brasil) depois ficou abandonado na Vemag e foi desmontado e desaparecido.
att Luiz Telles - puma e a sua história
Telles,
Vc é a primeira pessoa que fala sobre essa versão do desfecho do Carcará.
Então inventaram a história do bólido ter sido doado ao Norman? Inventaram também que o chassis do Carcará foi usado no Casari A1? Se fosse uma mentira, o Jan Balder, que correu com esse protótipo, já teria desmentido há muito tempo.
Veja a matéria http://www.nobresdogrid.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=191:norman-casari&catid=36:galeria-de-herois&Itemid=68, onde o autor menciona as fontes
Revista Autoesporte; Revista Quatro Rodas; Livro "Nos Bastidores do Automobilismo Brasileiro", de Jan Balder; Jornal Gazeta do Povo; Obvio; CDO.
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